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Death Note o que deu certo, e por que é tão difícil adaptar a obra

Desde que Death Note explodiu no mundo otaku com seu anime intenso e seu mangá de tirar o fôlego, era só questão de tempo até as adaptações em live action surgirem. Afinal, uma história que mistura crime, justiça, moralidade e tensão psicológica parecia perfeita para os cinemas… certo?

Bem, nem tanto.

Hoje vamos mergulhar nas diferentes adaptações em filme de Death Note, analisando o que funcionou, o que causou polêmica e por que adaptar essa história brilhante para o live action é um desafio quase tão grande quanto capturar o Kira.

O original: tensão pura em páginas e telas

Antes de tudo, vale lembrar por que Death Note se tornou esse fenômeno global.

Criado por Tsugumi Ohba (roteiro) e Takeshi Obata (arte), o mangá foi publicado entre 2003 e 2006 e virou anime em 2006 com direção impecável e trilha sonora memorável. A história acompanha Light Yagami, um estudante brilhante que encontra um caderno sobrenatural com o poder de matar qualquer pessoa, desde que o nome dela seja escrito nas páginas.

Com esse poder em mãos, Light inicia uma cruzada distorcida por “justiça”, enquanto é caçado pelo excêntrico e genial detetive L. O jogo de gato e rato entre os dois é o coração da trama — e capturar essa dinâmica em um filme é o verdadeiro desafio.

Death Note
Death Note

Live actions japoneses (2006-2008): Lealdade acima de tudo

Os primeiros filmes live action de Death Note foram lançados em 2006 no Japão, com direção de Shūsuke Kaneko. Ao contrário de muitas adaptações apressadas, esses dois filmes (Death Note e Death Note: The Last Name) conseguiram algo raro: manter o espírito do original, mesmo com cortes e mudanças inevitáveis.

Pontos positivos:

  • Elenco competente, com destaque para Tatsuya Fujiwara como Light e Kenichi Matsuyama como L, que entregou uma performance fiel, carismática e… estranhamente adorável.
  • Atmosfera sombria bem construída, sem perder o clima de tensão intelectual do mangá.
  • Alterações no roteiro que, apesar de diferentes, funcionam dentro da proposta cinematográfica.

Pontos fracos:

  • Ritmo mais lento em alguns momentos.
  • Efeitos visuais do Ryuk um pouco datados (lembrando: 2006).

Esses filmes ainda são considerados por muitos fãs como as adaptações mais sólidas de Death Note — e estão disponíveis em mídia física (DVD/Blu-ray) pela CDJapan e em algumas edições na Amazon.

Death Note da Netflix (2017): Quando o Kira vai pra Seattle

Agora vamos ao que muitos consideram um dos maiores tropeços do cinema geek: o Death Note da Netflix, lançado em 2017, dirigido por Adam Wingard.

A proposta era criar uma versão americana da história, ambientada em Seattle e com nomes e perfis ocidentalizados. O resultado? Uma adaptação que dividiu opiniões — e não foi só por causa das mudanças no roteiro.

O que incomodou:

  • A caracterização de Light Turner (sim, mudaram o nome) como um adolescente emocionalmente instável e impulsivo, bem diferente do calculista Light Yagami original.
  • L, interpretado por Lakeith Stanfield, até teve bons momentos, mas a execução final do personagem foi incoerente com seu perfil no mangá.
  • Ryuk (voz de Willem Dafoe) é um dos poucos acertos, mas aparece pouco demais.

O problema central:

O filme tentou condensar toda a tensão filosófica e moral de Death Note em 1h40 de pancadaria adolescente com pitadas de romance forçado. O resultado foi um filme visualmente interessante, mas com alma distante do que fez a obra original ser um sucesso.

Mesmo assim, ele está disponível para streaming na Netflix e vale a pena assistir para entender o que acontece quando uma adaptação ocidental tenta reinventar demais uma fórmula que já era perfeita.

Death Note: Light up the NEW world (2016) e os spin-offs

Em 2016, a franquia japonesa voltou com um novo filme: Death Note: Light Up the NEW World, que tenta continuar a história original com novos personagens e mais seis Death Notes em circulação.

Apesar da ideia interessante, o filme não teve o mesmo impacto dos originais. Os fãs sentiram falta da profundidade psicológica e criticaram o foco excessivo na ação. Ainda assim, é uma curiosidade válida para quem quer ver como o universo de Death Note pode ser expandido sem os protagonistas clássicos.

Próximos projetos: nova adaptação da Netflix a caminho?

Em 2022, os Irmãos Duffer (criadores de Stranger Things) foram anunciados como responsáveis por uma nova série live action de Death Note na Netflix. A promessa? Uma abordagem mais fiel, mais sombria e com mais tempo para desenvolver os personagens.

Ainda sem data de estreia, essa adaptação gera um misto de expectativa e cautela. Afinal, Death Note não é fácil de adaptar — e o público otaku está mais exigente do que nunca.

Death Note funciona melhor fora das câmeras?

A verdade é que Death Note é uma obra difícil de adaptar porque depende muito mais de diálogos densos, jogos mentais e subtextos do que de ação ou efeitos especiais. Quando as adaptações tentam “hollywoodizar” esse tipo de história, o resultado costuma parecer raso.

Ainda assim, os live actions japoneses provaram que é possível respeitar a essência da obra e fazer um filme digno do material original.

Onde assistir os filmes de Death Note?

Live actions japoneses (2006–2008):
Disponíveis em mídia física no Amazon e na CDJapan, com legendas em inglês.

Versão da Netflix (2017):
Disponível para streaming em Netflix.

Light Up the NEW World (2016):
Disponível em algumas lojas importadoras e em edições limitadas em Blu-ray no Japão.

E você, qual versão de Death Note mais te impactou — ou te decepcionou?
Me conta nos comentários: você prefere o anime, os filmes japoneses ou ainda acredita que o live action da Netflix tem salvação? Bora conversar como bons detetives do universo geek!

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