Quando Tower of God estreou em 2020, a expectativa era altíssima. Afinal, essa não era uma simples adaptação de webtoon coreano — era o webtoon. Um dos títulos mais lidos da história da plataforma LINE Webtoon, agora nas mãos do estúdio Telecom Animation Film e com o Crunchyroll bancando a produção como parte de seu projeto “Crunchyroll Originals”.
Mas… será que Tower of God conseguiu carregar o peso desse hype colossal até o topo da torre? Ou tropeçou nos próprios degraus? Vamos escalar essa análise juntos — degrau por degrau.
A base da torre: o que é Tower of God?
Criado por SIU (pseudônimo de Lee Jong-hui), Tower of God começou sua publicação digital em 2010 e logo virou febre entre os leitores coreanos e, depois, o mundo inteiro. A trama gira em torno de um garoto chamado Bam (ou “Twenty-Fifth Bam”), que viveu sua vida inteira preso embaixo da torre. Quando sua única amiga, Rachel, decide escalar essa misteriosa construção lendária, ele resolve segui-la — e, para isso, precisa enfrentar provas brutais, enigmas psicológicos e oponentes poderosos em cada andar.

A torre é, basicamente, um universo vertical cheio de regras próprias, onde aqueles que alcançam o topo ganham qualquer coisa que desejarem: fama, poder, sabedoria… ou até vingança. É um prato cheio para quem curte mundos complexos, estruturas hierárquicas à la Hunter x Hunter e jogos mentais à moda Death Note.
Estilo visual e animação: ousadia que divide opiniões
Visualmente, Tower of God toma decisões bastante peculiares. Ao invés de optar por um estilo “anime moderno”, o estúdio manteve uma estética que remete ao traço do webtoon original: linhas mais cruas, paleta de cores mais apagada e animação que prioriza composição de cena e atmosfera ao invés de fluidez constante.
Isso desagradou alguns fãs acostumados com o alto dinamismo de obras como Jujutsu Kaisen ou God of High School, mas agradou quem busca um estilo mais autoral e menos padronizado. A trilha sonora, por outro lado, é quase unanimidade: a abertura “TOP” do Stray Kids é simplesmente viciante e já virou ícone entre os otakus que respiram K-pop.
Os personagens: mais mistério do que emoção
Bam é um protagonista diferente do padrão shounen. Ele começa extremamente passivo, quase como um boneco em meio ao caos — o que, na verdade, é intencional. Tower of God não quer que você torça por um herói tradicional. Ele quer que você questione o que está acontecendo.

Rachel, sua motivação inicial, é uma das personagens mais controversas dos últimos anos. Seus atos dividem o público entre ódio puro e uma admiração incômoda. Já os coadjuvantes, como Khun e Rak, trazem o tempero carismático necessário para o trio funcionar — com direito a frases memoráveis e dinâmicas que seguram o interesse mesmo quando a história desacelera.
Um enredo que escolhe o mistério ao invés da explicação
Se você gosta de mundos explicadinhos com regras claras desde o início… talvez Tower of God não seja pra você. A série se recusa a entregar respostas fáceis. Cada andar da torre tem uma lógica própria, mas o anime faz questão de deixar muitas pontas soltas, seja por limitação de tempo ou por fidelidade à obra original.
Por um lado, isso instiga. Por outro, frustra. A primeira temporada tem apenas 13 episódios e cobre uma parte pequena da história. Quem não parte direto para o webtoon pode sair da experiência se perguntando: “Ué, acabou assim mesmo?”
Spoiler: sim, acabou assim mesmo. Mas isso não significa que a jornada não vale a pena.
Comparações inevitáveis: God of High School, Hunter x Hunter e mais
Comparar Tower of God com God of High School é natural — ambos são webtoons coreanos adaptados para anime no mesmo período. Mas enquanto God of High School apostou no ritmo frenético e nas lutas insanas, Tower prefere um suspense mais tático, construindo tensão com diálogos e reviravoltas.
Quem curte a fase do Exame Hunter em Hunter x Hunter vai se sentir em casa. E fãs de estruturas complexas como Made in Abyss ou The Promised Neverland também vão se atrair pela proposta.
Onde assistir Tower of God?
Se você ficou curioso para conferir esse universo vertical e enigmático, a boa notícia é que Tower of God está disponível completo na Crunchyroll, com legendas em português. E como o anime cobre apenas o início da história, a recomendação é clara: depois da série, corra para o webtoon no site da LINE Webtoon. Lá você encontra dezenas (literalmente) de arcos que expandem os personagens, as tramas políticas e as batalhas.
Conclusão: vale escalar a torre?
Tower of God não é um anime para todos. Ele exige paciência, atenção aos detalhes e uma certa tolerância a protagonistas silenciosos. Mas se você gosta de histórias que se desenrolam como enigmas e que plantam mais dúvidas do que certezas, essa série vai te prender como poucas.
É uma obra que confia na inteligência do espectador — talvez até demais. Mas, no mínimo, merece seu tempo e sua curiosidade. E quem sabe, assim como Bam, você também se veja subindo essa torre em busca de respostas… e descobrindo que o que importa nem sempre está no topo.
E aí, o que achou de Tower of God? Já assistiu ou leu o webtoon? Teve ranço da Rachel também ou achou ela genial? Me conta aí nos comentários — e aproveita pra indicar outros webtoons que merecem virar anime!
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